Dia Internacional da Mulher é celebrado com evento "Gênero, Mulheres, Feminino e Feminismo" na PRT4

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Evento aconteceu no auditório do prédio Trend (Sede do MPT em Porto Alegre), das 14h às 17h30min e contou com a presença de servidores do MPT-RS

     O MPT-RS promoveu, na tarde da última quinta-feira (12), o evento interno "Gênero, Mulheres, Feminino e Feminismo" em alusão ao Dia Internacional das Mulheres. A tarde iniciou-se com a palestra de Joanna Burigo, mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics, e seguiu com uma roda de conversa com a palestrante e as convidadas Carol Paris, Mariana Ferreira dos Santos e Vitória Bernardes.

     Joanna, que é fundadora da Casa da Mãe Joanna - Comunicação e Educação Feminista sobre Gênero, trouxe à discussão conceitos essenciais ao entendimento do feminismo, tais como gênero, orientação sexual, identidade de gênero, sexo biológico, patriarcado e interseccionalidade. “Gênero tem muito poder sobre a forma com que vivemos as nossas vidas, e essa forma não é equânime”, ressaltou. Durante sua exposição, lembrou, ainda, que as mulheres arcam com o dobro do serviço doméstico em relação aos homens: "A ordem de gênero que dita que a economia do cuidado é coisa nossa".

     Abrindo a roda de conversa, Vitória Bernardes, membra do Coletivo Feminista Hellen Keller e cadeirante, expôs a realidade do mercado de trabalho no Brasil para mulheres com deficiência. Segundo ela, apenas 0,35% do mercado é composto por esse grupo, enquanto um quarto das mulheres do país têm alguma deficiência, o que evidencia uma notável discrepância. Vitória apresentou, também, o termo Capacitismo, preconceito que parte da premissa que pessoas com deficiência são improdutivas ou incapazes.

     Mariana Ferreira, Líder do Núcleo em Porto Alegre do Grupo Mulheres do Brasil 2019, cofundadora e membro da Diretoria Nacional da Rede Brasil Afroempreendedor (Reafro), idealizadora e co-coordenadora do Afromentoring e co-coordenadora do Grupo de Juristas Negros RS, ressaltou a importância da mulher negra na história do Brasil. “A mulher negra sustentou esse país por 388 anos”, ressaltou, lamentando a falta de reconhecimento para com elas e questionando, também a falta de políticas públicas e privadas voltadas a elas.

    Carol Paris, advogada, ativista de direitos humanos e mulher trans, seguiu o debate, evidenciando a marginalização à qual mulheres trans estão sujeitas. Segundo ela, essas mulheres frequentemente tem de recorrer à prostituição, já que transgrediram a ordem vigente, e são vistas pelo viés sexual. Carol também expôs a problemática de mulheres trans em relacionamentos com pessoas cisgêneras, as quais raramente assumem a parceira perante a sociedade. Por fim, falou sobre a incapacidade do sistema prisional brasileiro atual de lidar satisfatoriamente com o público trans, abordando a questão das alas LGBT’s e da designação de pessoas trans para presídios masculinos ou femininos.

     O evento foi transmitido em tempo real via videoconferência para os membros e servidores lotados nas PTMs e encerrou-se com o oferecimento de um coffee break para todos os presentes. A organização foi da chefe da Assessoria de Planejamento e Gestão Estratégica (APGE) do MPT-RS, assistente social Vitória Raskin. A abertura foi feita pela procuradora-chefe Mariana Furlan Teixeira e pela vice-coordenadora nacional da Coordigualdade, Ana Lúcia Stumpf González. Entre o público presente, estavam os procuradores Márcia Medeiros de Farias, Viktor Byruchko Junior, Marlise Souza Fontoura, Adriane Arnt Herbst, Aline Zerwes Bottari Brasil e Bernardo Mata Schuch, além de servidores e convidados.

Dados das participantes convidadas:

     Joanna Burigo: Fundadora da Casa da Mãe Joanna - Comunicação e Educação Feminista sobre Gênero, Joanna atuou no mercado de publicidade e marketing no Brasil e no Reino Unido, onde também trabalhou como professora. Cofundadora do Guerreiras Project e Gender Hub, e coordenadora pedagógica da Emancipa Mulher, vem se dedicando a empreendimentos feministas desde que completou seu mestrado em Gênero Mídia e Cultura pela London School of Economics, em 2012. Organizadora do selo #CDMJ na Editora Zouk, Joanna também tem textos publicados em Carta Capital, The Intercept Brasil e HuffPost, dentre outros. Assista: A luta pela equidade de gênero – TEDxLaçador;

     Vitória Bernardes: Mulher cadeirante, do Coletivo Feminista Hellen Keller. Formada em Psicologia na PUCRS (2008), com experiência em Recursos Humanos e psicologia social. Ao lado de outras mulheres com deficiência, está construindo o Coletivo Feminista Helen Keller, que pauta um feminismo pensado e feito por mulheres com deficiência. Possui atuação no controle social, onde está como Conselheira Nacional de Saúde (CNS) e Conselheira Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Rio Grande do Sul (COEPEDE/RS). Integra também a Comissão Intersetorial de Atenção a Saúde das Pessoas com Deficiência do CNS, a Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher do CNS e a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

     Mariana Ferreira dos Santos: Graduada em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS, com pós-graduação em Direito Imobiliário e Direito Público – IDC. Tem como propósito de vida buscar soluções que auxiliem na transformação social em prol da redução das desigualdades brasileiras. Atua junto a entidades e empresas que possuem foco em desenvolvimento econômico, sustentabilidade e inclusão de gênero e raça por meio de ações afirmativas e práticas inclusivas de mercado. Sócia da Fersan Empreendimentos LTDA – empresa voltada a assessoria jurídica e financeira, líder do Núcleo Porto Alegre do Grupo Mulheres do Brasil 2019, cofundadora e membro da Diretoria Nacional da Rede Brasil Afroempreendedor (Reafro) em 2015, idealizadora e co-coordenadora do Afromentoring e co-coordenadora do Grupo de Juristas Negros RS, entende que o apoio e incentivo ao desenvolvimento de redes colaborativas e ao empreendedorismo são estratégias altamente eficazes ao desenvolvimento social, profissional e econômico dos indivíduos e da nação.

    Carol Paris: Advogada, ativista de direitos humanos e mulher trans. Atua nas ONGs Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil e Igualdade/RS - Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul, é membra da Comissão Especial de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB/RS e conselheira suplente no Conselho Estadual de Promoção dos Direitos LGBT/RS.

Texto e fotos: Adriana Figueiredo (estagiária de Jornalismo)
Supervisão: Flávio Wornicov Portela (reg. prof. MT/RS 6132)

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Tags: Março

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