Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos discute agroecologia e saúde

Evento realizado na capital no dia 23/8 teve transmissão pelo YouTube e cobrou políticas públicas de incentivo à produção agroecológica 

Da esquerda para a direita, Noedi Rodrigues da Silva, Felipe Müller e Leonardo Melgarejo. Foto: Ascom/MPF
Da esquerda para a direita, Noedi Rodrigues da Silva, Felipe Müller e Leonardo Melgarejo. Foto: Ascom/MPF

     O Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FGCIA) realizou o 2º Seminário Agroecologia e Saúde na terça-feira, dia 23/8. O evento, com o tema "Cultivando alimentos e produzindo saúde", teve lugar no auditório do Ministério Público Federal em Porto Alegre, com transmissão ao vivo pelo canal do MPF no RS (MPF-RS) no YouTube. A primeira edição do ciclo de debates foi realizada em 2019, também na capital.

     Fizeram parte da mesa de abertura do seminário o procurador do MPT-RS Noedi Rodrigues da Silva; o procurador-chefe da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul (PR-RS), Felipe da Silva Müller; e o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, integrante da Associação Brasileira de Agroecologia e representante da sociedade civil na coordenação do FGCIA.

     Em sua fala na solenidade, Noedi Rodrigues da Silva falou sobre a criação do Fórum, em 2013, exaltando que o seu objetivo vai além do debate de questões relacionadas aos agrotóxicos. “É também fomentar ações concretas. Articular com órgãos governamentais, não governamentais, com a população em geral e a comunidade científica na busca de soluções, de ações de combate a esses impactos nocivos sobre a saúde, sobre o meio ambiente”, acrescentou.

     O procurador-chefe da PR-RS Felipe Müller destacou a importância dos temas do evento, especialmente por serem focos de atuação da instituição. “E essa troca de experiências, de ideias, é muito enriquecedora para membros, servidores e sociedade em geral”, afirmou. Para Melgarejo, o Fórum vem trabalhando de uma maneira decisiva no combate à desinformação relacionada aos agrotóxicos e à saúde pública. Disse ainda ver com satisfação a participação do grupo de entidades no FGCIA atraídos pela ação dos membros do Ministério Público. "Isso significa para a sociedade uma atitude de acolhida, de estímulo", acrescentou o representante da sociedade civil na coordenação do Fórum.

Clique aqui e veja a íntegra do seminário em vídeo

     O Seminário

     O diálogo "Políticas públicas para a agroecologia", na parte da manhã, foi apresentado por Domingos Antonio Velho Lopes, secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS, tendo como mediadora a procuradora da República, Ana Paula de Medeiros, integrante do FGCIA. Ana Paula ponderou a necessidade de políticas públicas de incentivo à produção agroecológica e orgânica no estado – a partir da descontinuidade do Plano estadual de agroecologia e produção orgânica em 2019 –, avançando em direção a uma agricultura que promova a saúde dos trabalhadores, consumidores, bem como proteja a água, o solo e as espécies.

     Nesse mesmo sentido, o secretário da Agricultura abordou algumas das ações realizadas no âmbito do governo estadual como estímulo à produção orgânica, destacando que "o Plano Plurianual (abrangendo o período de 2022 a 2023), que está sendo construído, terá, sim, um novo plano de agroecologia e produção orgânica".

     O seminário também discutiu outras temáticas. O painel "Cultivando alimentos e produzindo saúde" teve a participação da engenheira agrônoma Maria José Guazzelli, do Centro Ecológico; de Nelson Angnes, presidente da Associação de Meliponicultores do Vale do Alto Taquari; e de Simone Dal Bosco, nutricionista, docente e pesquisadora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Ufcspa). Já o pesquisador da Embrapa João Carlos Costa Gomes; o engenheiro agrônomo Adrik Richter, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag): e Andreia Araújo, superintendente da Unidade de Agronegócio do Banrisul, deram continuidade ao assunto "políticas públicas para a agroecologia".

     Abordaram o tópico "Experiências exitosas na agroecologia", a bióloga Simone Azambuja, vice-presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan); a cacica Guarani e guardiã de sementes Talcira Gomes; o agricultor ecológico de Pelotas Nilo Schiavon; a nutricionista Samantha Desidério, que trabalha junto à prefeitura municipal de Itati; e Franciele Bellé, da Feira dos Agricultores Ecologistas. O evento foi uma realização do FGCIA, com apoio do MPT, MPF, Conselho Regional de Nutrição, UFRGS, Conselho Estadual de Saúde, Agapan, Fetar, Secretaria de Saúde de Porto Alegre e UFPel.

     O FGCIA

     O Fórum Gaúcho de Combate ao Impacto dos Agrotóxicos é uma iniciativa multidisciplinar que reúne entidades como o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Estadual (MP-RS) para combater os efeitos danosos de produtos agrotóxicos para a população e os recursos naturais. Formado por 73 instituições, é coordenado pelo procurador do MPT-RS Noedi Rodrigues da Silva, tendo como adjuntos a procuradora da República Ana Paula Carvalho de Medeiros (MPF-RS), a procuradora da República Suzete Bragagnolo (MPF/RS), a conselheira do Conselho Regional de Química da 5ª Região, Raquel Fiori (CRQ-V e União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública); e o representante da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) Leonardo Melgarejo.

Com informações da Ascom/MPF-RS

Tags: Agosto

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