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Megaoperação contra produção de cigarros falsificados resgata 18 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Triunfo

Dezessete paraguaios e um brasileiro eram mantidos em confinamento em instalação subterrânea em condições nas quais não viam a luz do dia

Trabalhadores eram mantidos em alojamento subterrâneo trabalhando em turnos de 12 horas
Trabalhadores eram mantidos em alojamento subterrâneo trabalhando em turnos de 12 horas

     Uma operação conjunta realizada pela Polícia Federal em conjunto com Receita Federal, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho e Previdência Social resgatou 18 trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma fábrica clandestina na cidade de Triunfo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A ação é parte da Operação Tavares, que realizou nesta terça-feira, 19/10, o cumprimento de 40 mandados de prisão e 56 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. O MPT-RS foi representado na ação pelo procurador Rogério Uzun Sanfelici Fleishmann.

     A operação é o ápice de uma investigação que teve início em 2020 para desbaratar uma organização criminosa dedicada ao contrabando e à falsificação de cigarros. A produção abasteceria um mercado clandestino não apenas no Brasil mas também no Uruguai. A investigação também apura os crimes de redução à condição análoga a de escravo, contra o meio ambiente e corrupção de menores cometidos pela mesma organização. A operação foi denominada Tavares em alusão ao local onde foi identificado o primeiro depósito do grupo, no município da Cachoeirinha.

     Durante o cumprimento de um dos mandados, na cidade de Triunfo, foi encontrado um elevador que levava a instalações subterrâneas nas quais eram mantidos 18 trabalhadores em condições análogas à escravidão. O lugar operava sob a fachada de uma cerealista, mas no subterrâneo ficavam equipamentos para manufatura de cigarros e alojamentos. Cada metade do grupo trabalhava em turnos de 12 horas e passava as seguintes também no local, sem ver a luz do dia.

     A Operação também investiga a organização criminosa por cooptar cidadãos paraguaios para trabalharem na produção clandestina. Ao chegarem ao Brasil, os estrangeiros tinham os celulares apreendidos pelos líderes do grupo e eram levados à "fábrica", de onde não poderiam sair até o fim do ciclo de produção.

     Os trabalhadores resgatados ainda estão sendo ouvidos pela Polícia Federal, com acompanhamento do MPT-RS e do Ministério do Trabalho. Eles serão encaminhados para os serviços de assistência social. O MPT-RS analisará medidas judiciais nas próximas horas.

Texto: Carlos André Moreira (reg. prof. MT/RS 8553)
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Tags: Outubro

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